sábado, 9 de agosto de 2008

Fragmentos. [parte I]

Ela tinha tudo. E ao mesmo tempo não tinha nada. Queria jogar tudo o que tinha pela janela, queria fugir, queria escapar de tudo isso, fazer voltar a ser como era. Mas ela sabia, era impossível. Nada seria como um dia fora. Por mais que ela quisesse. Tudo havia mudado e ela nem ao menos se dera conta do que houve, sentia como se tivesse se ausentado de sua própria vida por um longo tempo. Não era mais capaz de se reconhecer, suas atitudes, seus pensamentos e até seus sentimentos eram diferentes, repulsivos. Se sentia perdida em seu próprio mundo, confusa, rejeitada por si mesma.
Quando parou para observar, viu que ninguém ao seu redor valia a pena, nada nem ninguém fazia diferença em sua vida. Os poucos que ela julgava insubstituíveis agora haviam se afastado, ela não sabia se fora ela mesma que os repelira ou se foram eles que mostraram como realmente são. Sentia um mal estar crescendo, estava cansada, atordoada, só queria descansar e esquecer tudo isso, para então voltar e perceber que aquilo talvez não passasse de um sonho. Um pesadelo.

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