terça-feira, 8 de abril de 2008

Composição poética.

Leia-se 'tentativa frustrada de poema surreal'

Mente. Composição de absurdos esdrúxulos que se atiçam à medida do possível.
Sentidos. Sem sentido. Com apenas um movimento, loucamente intenso.
Não quero saber disso, é apenas algo ritmado. Minuciosamente acompanhado por um entardecer controlado, apaziguado por momentos nostálgicos e ignorados.
Um relance de abstracionismo, munido de contas cômicas e um tanto alaranjadas.
Romances coloridos, altos, circulares. Esses caem em um ostracismo comum ao ego humano atual, fazendo com que o que é mero tédio se transforme em acasos famintos de incompreensão imediata.
Portanto as imagens consertadas não se fazem passar por geopolítica mundial, nem mesmo costumam querer esperar, curiosas, por satifação. Repletas de beijos pensativos, que passam pelas ruas amargas deste espetáculo que é a vida, ficam a imaginar se ouviriam os meses dizendo os disparates usuais, assim como eram as pinturas no início do inverno. A música, inconsolável, imprudente, quer encontrar algo mais seco, mais tinto, mais vinho, mas infelizmente só o que a consome é o cúmulo da esperteza animal instintiva, feliz por corroer também aos sapatos velhos no fundo do armário.

[Hakkyo Hoppier]

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